Dançar é a Minha Revolução #3 (2021)

DANÇAR É A MINHA REVOLUÇÃO


Um manifesto de resistência. Um elogio à experimentação artística. À liberdade.


DANÇAR É A MINHA REVOLUÇÃO explora outras formas de encontro e relação com o público. Com mais disponibilidade para o ritual, a presença e a partilha dos sentidos e do pensamento.
Este é o momento para dar lugar ao gesto poético, à intimidade, à atenção e ao gesto político.

Este lugar único, em que o público participa do acontecimento - sem impor dependência entre artistas e públicos – foca-se na procura de objetos artísticos que tenham a força de uma declaração de amor, sem submissões, apenas com a intensidade e o desejo mais puro do outro.

Pretendemos expor, romper, repensar, através de um acto político de plena atenção e criação. Pretendemos resgatar ao tempo a relação e a partilha em conjunto. Pretendemos um refúgio para o desejo. Para nos aproximarmos.

 

Data: 31 outubro 2021 às 19h
Local: Fábrica do Pão (Casa do Capitão)
Morada: Rua do Grilo, 121
Entrada livre, sem marcação

 


Programa

 

Filipe Baptista - ATMA_0.7
Carlota Lagido - MINA – song of myself (solo)
Maria Fonseca - DEN.TRO (excerto)
Gaya de Medeiros - Dramática – Estudos

 

Em contínuo
Joana Magalhães - HAIKU EXTENDED
Pedro Barreiro - an artist is always working  

 

Organização: Self-Mistake/ORG.I.A
Direção, Produção e Curadoria: Tânia Guerreiro
Produção executiva: Marta Moreira
Apoio à produção: Patrícia Nóbrega
Coordenação técnica: Carlos Ramos
Apoio técnico: Pedro Noronha, Joaquim Ponte
Redes sociais: FOmE
Apoio: Casa do Capitão, CPBC- Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, Teatro Meridional, Teatro Ibérico

Parceiro Institucional: República Portuguesa – Ministério da Cultura (Garantir Cultura - Fundo Fomento Cultural)

 

 

 

PROGRAMA

 

Filipe Baptista - ATMA_0.7

Como escutar o movimento do corpo, do organismo interno e o produto das relações físicas que nele existem?
Como dar acesso à matéria física escondida e escutar o nosso núcleo?

Esta performance surge a partir da recolha e análise de vários registos acumulados ao longo dos último sete anos, que me permitiram melhor entender as especificidades e limitações do meu organismo. A partir daí, decidi ligá-lo a uma máquina e escutá-lo. Escutar a sua falha e a sua luta.
O movimento, aqui captado pelo espectador, concentra-se naquela dança invisível que acontece dentro do nosso corpo ao ter acesso a este corpo físico interior, que tem uma pulsação e voluntariedade variável. Com o corpo ligado a uma máquina, deixo que os estímulos eléctricos captados traduzam este movimento interno num colosso que ocupa todo o espaço físico. Uma viagem da micro para a macro-escala, que se traduz numa pulsação, num eco, num rugido e numa voz antes impossível de escutar.

Conceito, performance, música e sonoplastia ao vivo: Filipe Baptista
Desenho de luz: André de Campos
Apoios: SillySeason, Rua das Gaivotas 6, Self-Mistake
Agradecimentos: Manuel Abrantes
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Carlota Lagido - MINA – song of myself (solo)

MINA – song of myself, é uma tomada de posse. É a MINA numa versão a solo onde afirmo e perpetuo com o corpo, o activismo feminista, conquistado durante o processo de pesquisa e criação da peça original. Como diz Shahd Wadi, MINA já não é só uma peça artística, é um coletivo. MINA-song of myself, pendura-se nos pés de milhares de outras mulheres num fluxo colectivo milenar. É um evento celebrativo de todos os nomes próprios, todos os apelidos, todas as existências, mesmo as que não fizeram diretamente parte de mim.
A premissa para a construção coreográfica deste solo, parte da recolecção e ressignificação de algum material explorado na peça MINA, por mim e pelas intérpretes e co-criadoras, Aurora Pinho, Elizabete Francisca, Francisca Manuel, Joana Castro, Joana Levi, Lula Pena, Mafalda Oliveira, Shahd Wadi, Tita Maravilha, Thamiris Carvalho e Xana Novais. No processo inicial da Mina, elas já estabeleciam interações fantasmáticas com as vidas e obras de muitas outras mulheres. Agora é a partir delas que reinvento este outro lugar feito de camadas e multidões. Tudo acontece no meu corpo, resistente e em contínuo movimento.

Criação coreográfica e interpretação: Carlota Lagido
Sonoplastia e música original: Francisco Correia
Dispositivo/desenho de luz: Nuno Patinho
Produção: O Lugar do Meio/Carlota Lagido
Gestão: EIRA
Apoio: Self-Mistake


Maria Fonseca - DEN.TRO (excerto)

DEN.TRO (excerto) é uma viagem interna ao templo corpo. A busca do eu. Luz, sombra, consciente e subconsciente. O encontro, o desencontro no espaço e no tempo de criação. Um estudo sobre a identidade que emerge do oceano relacional do ser. 
Somos escravos da genética ou livres para mudar? 
Convido para este processo o pensamento de dois grandes filósofos, Carl Jung e Alan Watts na procura de um ou de variados estados de presença e perspectiva. Explorar questões que me preocupam em relação ao futuro do corpo do nosso planeta e da nossa casa, o corpo. Não é um trabalho de solo sobre mim, mas sim sobre o mundo e o outro, que sou eu. Um trabalho sobre a poluição interna e externa.

Criação e interpretação:  Maria Fonseca
Ass. de ensaios: Sandra Rosado & Ekin Bernay
Música original: Luís Fernandes
(e edição de palestras de Alan Watts) 
Guarda roupa & adereços: Maria Fonseca
Luz: Jorge Rosado
Fotografia: Helena Gonçalves

 


Gaya de Medeiros - Dramática – Estudos

Baseado em criações de autorxs da dança moderna e da dança teatro, este estudo é sobre uma corpa antropofágica que fagocita danças distantes. O percurso nasceu do meu desejo enquanto mulher trans de defrontar o conceito de histeria, geralmente associado às mulheres, e que tem origem na palavra grega hystéra, que significa "útero".  A performance é uma colagem de gestos e imagens que tentam traduzir a angústia. Dançar como quem mata e como quem morre, e perguntar-se sobre o drama na contemporaneidade.

Criação e performance: Gaya de Medeiros
Luz: André de Campos
Vídeo: Ary Zara

 


Em contínuo (Ongoing)

 

Joana Magalhães - HAIKU EXTENDED

HAIKU EXTENDED é uma performance de resistência, não contra a preguiça, mas a favor dela. Enquanto espectadores testemunhamos uma prova aos Olímpicos numa modalidade nova e a praticar um desporto ancestral: preguiçar.

Esta criação é um elogio à preguiça (pecado capital) e preguiça (animal), ambas em vias de extinção, e põe em perspectiva o conceito dogmático de trabalho, de animal laborans (Hannah Arendt), bem como a conotação negativa de preguiça, da lentidão e do sono. Baseia-se numa pesquisa feita a partir de manifestos como A utilidade do inútil, de Nuccio Ordine (2013), e obras como Direito à Preguiça, de Paul Lafargue (1880), o Elogio do ócio, de Bertrand Russell (1935), 24/7- Capitalismo tardio e o fim do sono (2016), de Jonathan Crary e a Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han (2010).

Criação e concepção: Joana Magalhães
Execução plástica e apoio à produção visual: Marisa Escaleira
Voz-off: Rui Mendonça
Composição sonora: Vasco Ferreira
Desenho de luz e som: Vasco Ferreira
Apoio à produção: Susana Paixão
Produção executiva: Maria Inês Marques


Pedro Barreiro - an artist is always working  

an artist is always working é uma performance que começou a 11.11.2020 e que continuará por tempo indeterminado. É também uma operação conceptual que parte da possibilidade de continuar a ter e a produzir ideias e do entendimento do trabalho de artista como uma actividade permanente e contínua.

Pode-se acompanhar a obra presencialmente e através do site www.alwaysworking.art onde é indicada em tempo real a localização do artista — onde está a performance a acontecer — e onde são sinalizadas as ideias que este considere suficientemente relevantes para delas dar sinal.

O capital diferencial des artistas são as suas ideias. A operatividade desse capital dá-se pela capacidade em formalizar algumas dessas ideias como resultado objectual da sua actividade, de modo a participarem no sistema (ou jogo) da arte. Em an artist is always working o capital, a operação e o resultado apresentam-se como uma mesma coisa.

Conceito, direção artística e performance: Pedro Barreiro
Design gráfico: Silvana Ivaldi
Website: Luís Confraria
Estatística e tratamento de dados: Telma João Santos
Acompanhamento teórico e crítico: Eduarda Neves, João Estevens, Jorge Louraço Figueira, Telma João Santos e Isabel Costa
Comunicação: Mafalda Miranda Jacinto
Registo fotográfico: Alípio Padilha
Produção executiva: Bruno Esteves

Com o apoio de:
Ajidanha | ASTA / ContraDANÇA Festival | Atelier de Manufactura Suspeita | C. M. Alcanena | C. M. Chamusca | C. M. Góis | C. M. Gouveia | C. M. Oliveira do Hospital | Cão Solteiro | Colectivo 249 | Colégio das Artes / U. Coimbra | Electricidade Estética | ESAP | ESMAE | Latoaria | O Espaço do Tempo | QUARTEL1205 | Rua das Gaivotas 6 / Teatro Praga | Terceira Pessoa / Festival Singular | UMCOLECTIVO / Festival A Salto | zqm Berlin

Projecto financiado pela República Portuguesa - Cultura | DGARTES - Direção-Geral das Artes

 

 

 

 

 

ATMA_0.7 de Filipe Baptista - foto de Alípio Padilha

Joana Magalhães - HAIKU EXTENDED

Foto de Vasco Ferreira glitched by Susana Chicó

Carlota Lagido - MINA – song of myself

Maria Fonseca - DEN.TRO

Foto de Luisa Melão glitched by Susana Chicó

Pedro Barreiro - an artist is always working

Foto de Alípio Padilha glitched by Susana Chicó

Filipe Baptista - ATMA_0.7

Foto de Alípio Padilha glitched by Susana Chicó

Teaser DEAMR 2021

João Meirinhos

Filipe Baptista

João Meirinhos

Maria Fonseca

João Meirinhos

Gaia de Medeiros

João Meirinhos

Carlota Lagido

João Meirinhos

Joana Magalhães

João Meirinhos

ATMA_0.7 de Filipe Baptista - foto de Alípio Padilha