anesthetize
Maurícia | Neves
anesthetize
Primeiramente, o conceito da peça parte de uma sensação que a coreografa teve no seu corpo – que começou quando tinha 27 anos – devido ao Síndrome de Raynaud, que consiste na dormência/formigueiro das extremidades. Desta ideia, desenvolveu interesse em trabalhar o conceito de anestesia. Porque é que esta sociedade é tão anestesiada? Como estão os artistas anestesiados também? Devem os artistas ser responsáveis por acordar a sociedade?
Durante o processo criativo da peça, os conceitos e ideias dos movimentos punk e feminista estiveram bastante presentes e levantaram várias QUESTÕES: O que anestesia as pessoas? O que pode acordar o público? Quando te sentiste anestesiado? O que pode acordar a sociedade desta indiferença ou apatia? Como a repetição pode induzir em mim um estado anestesiado?
Quando começou a pensar na peça e quais as partes do CORPO que queria explorar, imediatamente, pensou nas extremidades – mãos, dedos, pés – e também na língua e olhos. Esta peça, em termos de exploração corporal, é extremamente focada nestas partes do corpo com uma abordagem bastante minimal.
“anesthetize” gera uma experiência perto do que podemos considerar um estado de anestesia ou meditação. Tem uma atmosfera densa e imersiva, talvez devido à aparência similar das 3 performers, quase todas vestidas de preto, camufladas em frente a um cenário também ele preto.
Através de ciclos repetitivos de movimentos e gestos, “anesthetize”, transforma-se numa experiência ambígua e misteriosa, não só como atmosfera, mas também em termos de género, no sentido em que não é claro se as 3 performers são mulheres ou homens.
Um dos objectivos da peça era de criar um universo imersivo que “hipnotizasse” o público, enquanto este entra numa espécie de vórtex do qual, a certo momento da peça, faz ricochete e é catapultado para outro local/estado.
Direcção, Coreografia, Voz, Cenografia e Figurinos: Maurícia | Neves
Co-criação e Interpretação: Beatriz Dias, Greta Grineviciute e Ruta Butkus
Música original: Daina Dieva
Design de Luz: Vera Martins
Aconselhamento artístico: Joana Castro
Vídeo e Fotografia: João Catarino & Catherina Cardoso
Coprodução: Centro Cultural Vila Flor
Apoio: ORG.I.A/Self-Mistake
Apoio a residências artísticas: Menų spaustuvė/ Arts Printing House, O Espaço Do Tempo e Centro de Criação de Candoso
Support for International Circulation: Embaixada de Portugal em Copenhaga / Instituto Camões e Fundação Calouste Gulbenkian